
Um espetáculo de emoções para
uma geração de privilegiados
>> Há 40 anos, cerca de 30 bandas e artistas nacionais, durante dez dias, de 11 a 20 de janeiro de 1985, desfilaram talento puro nos palcos do Rock in Rio. Eu estava com 34 anos na época, já casado e com três filhos, Carol, Bel e Pit. Infelizmente, não fui a um dos mais emblemáticos festivais de música do mundo, 17 anos depois de Woodstock, as feras estavam ali, afiadas e super afinadas, destilando o melhor da música internacional com os grupos Queen, Iron Maiden, Scorpions, AC/DC, Yes, B-52 e figuras lendárias como James Taylor, Al Jarreau, George Benson, Nina Hagen, Rod Stewart e Ozzi Osbourne.
Os artistas brasileiros também fizeram bonito, como Ney Matogrosso, Erasmo Carlos, Pepeu Gomes e Baby Consuelo, Ivan Lins, Elba Ramalho, Gilberto Gil, Lulu Santos, Morais Moreira, Alceu Valença, Eduardo Dusek e as bandas, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Barão Vermelho e Blitz. Todos ainda vivos, à exceção de Morais Moreira que nos deixou no ano passado.
Rod Stewart se apresentou duas vezes. Foto Facebook
Fred Mercury, do Queen encantou a multidão. Foto Facebook
Segundo a historiografia do espetáculo, os dois grupos, tanto os estrangeiros como os tupiniquins, se apresentaram duas vezes cada; só o Iron Maiden, que fez somente uma apresentação. Do lado brasileiro, Ney Matogrosso, Ivan Lins e a Blitz subiram ao templo da música uma só vez. Os sucessos do Queen, Rod Stewart, Scorpions, AC/DC e Yes, dentre outros, pediram bis e os artistas nacionais também, para o delírio da multidão.
Os tempos mudaram nas últimas quatro décadas, a dinâmica e as narrativas dos shows expuseram novas entregas, mudando o radar e o foco do Rock in Rio. Parece que nada foi possível blindar no Brasil os épicos encontros de uma geração que encantou o mundo. Hoje, todos os gêneros desfilam pelo show que de rock mesmo não tem mais nada. Saudades de mim.